sexta-feira, maio 04, 2012

Reunião Ordinária da Assembleia Municipal do Entroncamento de 27/04/2012 - Período Antes da Ordem do Dia e Intervenção do Público


Nesta reunião, no período antes da ordem do dia, voltou a ser tema o preço da água sobretudo das componentes extrínsecas como as taxas de saneamento e de resíduos sólidos, por recomendação da bancada da CDU ao Executivo Camarário. A bancada do PSD reiterou que a água, no concelho do Entroncamento, é a mais barata do distrito, no entanto, nos concelhos ligados à Águas do Ribatejo o valor da factura é substancialmente mais baixo que no nosso concelho. A posição do PS em relação a este assunto é inequívoca, os contratos estabelecidos devem ser cumpridos, e há claro incumprimento por parte das Águas do Centro, sobretudo no que concerne à construção da ETAR. Em primeira instância, deverá ser feita pressão para que o acordado seja cumprido, segundo a bancada do PSD, as obras previstas estão a ser feitas “pouco a pouco”, no entanto, a nova ETAR já constava do manifesto autárquico do PSD aquando da primeira eleição de Jaime Ramos em 2001, e aliás, tem constado permanentemente nos manifestos subsequentes. Serão 11 anos insuficientes para a edificação de algo essencial à qualidade de vida dos Entroncamentenses, e pela qual pagam mensalmente na sua factura da água? Para além deste aspecto, o executivo itera que tem, ao longo dos anos, artificializado o preço da água sobretudo à custa das receitas do Departamento de Obras e que agora é tempo de tornar este serviço “sustentável”, apelando que a forma de baixar o valor da factura mensal é poupar o recurso. O PS é claramente a favor da preservação dos recursos escassos como a água doce, mas na última reunião deste órgão, foi aprovado pela maioria PSD um novo tarifário cuja maior incidência penalizadora é sobre os menores consumidores. Quem consome menos de 5m3 de água mensalmente, viu a sua factura agravada em nada mais do que cerca 40%, tendo os escalões superiores sofrido aumentos progressivamente menores. Deixamos a sugestão ao executivo que dê o exemplo e reveja os sistemas de rega dos espaços municipais, aplicando dispositivos que afiram a humidade do solo e que restrinjam a activação destes sistemas quando esta seja suficiente, pois não são raras as situações em que os encontramos em funcionamento quando chove de forma quase diluvial. É que, mundialmente, cerca de 70% da água disponível para consumo é usada por sistemas de irrigação. E quiçá, quando existir uma ETAR condigna, usar o efluente tratado para esse efeito e para a limpeza de arruamentos. Como nota final em relação a este assunto, o PEAASAR – Plano Estratégico de Abastecimento de Água e Saneamento de Águas Residuais (2007-2013) tem nos seus três princípios básicos, dois que são particularmente relevantes neste contexto, o da universalidade, continuidade e qualidade do serviço, “que deve materializar-se da solidariedade nacional e regional nas soluções adoptadas, (…) preço justo e adaptado ao poder de compra dos utilizadores e da lógica de um serviço com elevada qualidade e fiabilidade” e o da sustentabilidade do sector, “implicando a melhoria da produtividade e da eficiência, (…), eficácia, equilíbrio e transparência dos modelos de gestão do sector.” Logo, não renegando a necessidade de racionalizar o consumo de água, os factores críticos da gestão vão bem mais além do consumidor final, como tal é também urgente a devida atenção à rede de adução do nosso concelho.

Ainda no período antes da ordem do dia, a bancada do PS apresentou uma moção no seguimento da sua posição contra a introdução de portagens na A23, perante o facto consumado da introdução de portagens na referida via e da efectivação de medidas de discriminação positiva, o PS reitera o clima de injustiça em que estas se vêm processando. Para além de o custo por quilómetro na A23 ser de 0.09€ e manifestamente mais alto (sensivelmente o dobro) que na A1, via que deveria servir de referência, o regime de isenções cessa no próximo mês de Junho, o texto deliberatório da moção apresentada pretendia que o Município pressionasse a Administração Central para o prolongamento do regime de isenções até final de 2013, de forma a mitigar os nefastos efeitos da crise para os cidadãos e para os empresários da região. Com a diminuição de cerca de 30% no número de veículos que circula na A23 desde a implementação de portagens, augura-se uma A23 fantasma aquando do término das isenções, volvidos que estão apenas poucos meses após a adopção da medida. Já para não falar nas consequências económicas para o já de si frágil tecido empresarial da zona interiorizada do país que esta via serve e do incómodo causado pelo aumento da circulação de veículos no interior da nossa cidade e consequente acelerada degradação dos arruamentos. Quase inédita foi a aprovação por unanimidade desta moção apresentada pela bancada socialista, mais um motivo pelo qual nos regozijamos.

Outra questão em cima da mesa, foi a imposição do Ministério da Educação e Ensino Superior para criação de Mega-Agrupamentos, que incluiriam num só agrupamento todas as escolas do concelho. A bancada do PSD colocou-se numa posição de putativa defensora do modelo de verticalização da gestão democrática nas escolas imposto, tendo José Miguel Batista (eleito pelo PSD) alegado ganhos de escala e eficiência e baseado, também, a sua argumentação no acordo manifestado em sede dos Conselhos Gerais do Agrupamento Alpha (que engloba o pré escolar, 1º ciclo e a EB 2/3 Dr. Rui d’Andrade) e da Escola Secundária c/3º Ciclo do Entroncamento e que como tal, havendo acordo, o Município não deveria interferir. No entanto, membros desses mesmos Conselhos Gerais presentes na sala, particularmente Mesquita Domingues (eleito pelo PS), negaram esse suposto acordo com a criação do Mega-Agrupamento e sequer a discussão de tal assunto no órgão, apenas foi apresentado como uma imposição.

No final do período antes da ordem do dia, Carlos Amaro (eleito pelo PS) questionou a Câmara Municipal em relação ao protocolo estabelecido entre a COFAC (Grupo Universidade Lusófona), a Câmara Municipal do Entroncamento e a Escola Secundária do Entroncamento, a 30 de Setembro de 2010, com vista à criação de um Instituto dedicado aos cursos de curta duração e pós-graduação, designado Instituto do Médio Tejo (IMT). Á data da assinatura de tal protocolo era indicado no sítio da internet do Município que “o IMT vai iniciar as suas actividades dentro de poucos dias, em instalações cedidas pela Escola Secundária do Entroncamento, sob o patrocínio do Município do Entroncamento”. Às questões sobre o desenvolvimento do protocolo e os seus custos para o Município, Jaime Ramos surpreendido e incomodado respondeu evasivamente dizendo que este protocolo estava “morto” e como tal, o executivo tinha avançado para um outro protocolo com o Instituto Politécnico de Tomar. Já Isilda Aguincha (Presidente da Assembleia Municipal) acossada sugeriu que a bancada do PS estaria a fazer aproveitamento político do facto de a sala estar cheia, no entanto, a nosso ver em qualquer instância, e sobretudo, num órgão democraticamente eleito cuja responsabilidade primordial é a fiscalização da actividade do executivo, devemos pugnar pela transparência e responsabilidade na gestão que o executivo faz dos dinheiros públicos, independentemente do número de pessoas que assistam à reunião do órgão. Foi também feito um voto de protesto relativo às condições precárias em que o funcionário adstrito à Assembleia Municipal tem de desempenhar as suas funções e que nada dignificam o seu trabalho.

Já no período de intervenção do público, com sala cheia, a tónica foram os problemas gerados pela gestão do estacionamento no Entroncamento. Mais uma vez, os moradores da designada zona A reiteraram a sua indignição pelo alheamento do executivo aos problemas gerados pela concessão de estacionamento à superfície à Tecnovia e pelo desrespeito por este grupo de cidadãos e pelo comércio devido aos sucessivos adiamentos da cessação do Cartão de Morador desde Junho do ano passado, sem qualquer tipo de informação aos visados. João Lérias, na sua intervenção foi mais além dizendo que “Agora ainda haverá estacionamento subterrâneo, mas daqui a algum tempo, a Câmara vem dizer que não tem condições para manter este estacionamento”. Mais alguns cidadãos, falaram da ausência de informação e das “multas atrás de multas” que vêm acumulando e da perda de qualidade de vida na cidade que escolheram viver. Outro assunto abordado, foi o dos problemas gerados pela falta marcações no piso que gera um estacionamento caótico e a inutilização de vários lugares junto ao Centro Comercial Túnel, em pleno coração da cidade. A mesma munícipe deixou, também, um apelo para a criação de um lugar reservado a pessoas com mobilidade reduzida. No final do período de intervenções do público, um morador da Rua Brigadeiro Lino Dias Valente reiterou os problemas de estacionamento, nomeadamente a proibição de estacionamento na nessa mesma rua sem que para isso os moradores tenham tido qualquer justificação ou pré-aviso. Falou nas consequências nomeadamente na desvalorização dos seus apartamentos, na dificuldade de estacionamento perto, no comércio que sai prejudicado e nos moradores idosos e nas suas dificuldades de locomoção que assim se veem acrescidas.
Há muito que o PS Entroncamento tem insistido nas consequências da cega gestão de estacionamento no Entroncamento, num município que este executivo julga afirmar pela qualidade de vida, mas que dia após dia  vem perdendo essa característica por questões elementares como esta. Desde os primeiros passos da concessão de estacionamento que nos manifestámos liminarmente contra e alertámos para as consequências devastadoras para a nossa cidade.

quarta-feira, maio 02, 2012

Eleições Concelhias e Federativas

Informam-se @s Camaradas que no próximo mês de Junho irão ter lugar as Eleições Concelhias e Federativas. Para que possam exercer o direito de voto e ser eleitos para qualquer órgãos concelhios ou distritais, deverão regularizar as cotas até ao dia 2 de Maio.