"Acto evocativo de Liberdade é para nós, aqui, na vivência democrática e responsável, uma data a sempre recordar.
É esta vivência responsável e democrática que me preocupa, que nos deve preocupar a todos.
É esta vivência responsável e democrática que me preocupa, que nos deve preocupar a todos.
Expressões como as que temos ouvido ultimamente de suspender a democracia, de greve à democracia, de ilegitimidade política, de uma nova revolução dogmática. Expressões como estas não encarnam o espírito do acto que hoje aqui celebramos, mais, vão contra aquilo a que muitos dos que aqui estão hoje lutaram e em que todos acreditamos – A liberdade – Esse sim, o verdadeiro significado de Abril.
Dizia o Líder da Bancada Socialista à alguns dias atrás, que no seu regresso à Assembleia da República após 6 anos de interregno, que as diferenças eram muitas. A degradação política por atitudes e palavras, ausência de ideias, os insultos gratuitos e os ataques pessoais, são hoje uma constante. Mas mais grave, é sem dúvida, os interesses nacionais subjugados aos interesses pessoais e partidários. A ânsia de poder, o ataque ao pote, isto sim deixa-me triste e preocupado.
Numa fase tão difícil da nossa história em que uma atitude responsável seria uma união política em prol do interesse nacional, apenas vejo irresponsabilidade daqueles que por todos nós foram eleitos.
A liberdade conquistada em Abril é hoje refém de interesses, de interesses pessoais, partidários, económicos, de protagonismo mediático, de um propósito não legitimado pelo voto.
Figuras de elevada responsabilidade institucional a apelar ao não voto.
Este não foi o espírito de Abril.
Estado Social, um garante essencial conquistado, está hoje em risco. A protecção social no desemprego, na saúde, o regime de segurança social nas reformas e pensões, princípios constitucionais que deveriam ser universais, pilares de uma sociedade mais justa e igualitária, são alvo de conversa fácil e de armas de arremesso político em pretensas revisões constitucionais. A demagogia política e o populismo são hoje uma constante e muitas vezes apoiada numa comunicação social parcial, ela própria influenciada e influenciável por interesses políticos.
Existem hoje governos já formados, lugares ocupados, quando ainda nem sequer estes foram legitimados pelo povo.
A actividade legislativa, uma actividade tão nobre, está hoje subjugada.
Devia esta ser, também hoje, a nossa luta.
A actividade política visa a ordem, a bem comunitário, e não o bem pessoal e partidário. Se estes fossem os princípios da nossa actividade política actual certamente teríamos um melhor justiça, um melhor estado social, uma melhor educação, um melhor regime fiscal e uma saúde financeira diferente. Esta é a realidade presente, mas aguardamos um futuro melhor.
Dificuldades muitas vezes são ensinamentos. O povo português superou-as muitas vezes. O empenho, a dedicação na manutenção e promoção da Liberdade conquistada permite-nos hoje encarar o futuro com outra esperança.
Por certo nós, aqui hoje, estaremos à altura das nossas responsabilidades. A crise que hoje atravessamos desperta valores de entreajuda, de solidariedade.
A visão que tínhamos de um Estado terceiro nas nossas vidas, de meros espectadores da actividade administrativa, tudo isto se alterou.
A nossa participação tem de ser activa, no interesse geral, da comunidade, do bem-estar social.
A importância que devemos dar a este acto – Evocar Abril – tem de ser para todos nós, e para os Português em geral, um acto de consciência cívica e crítica, fazendo votos para que as questões que atrás mencionei sejam as do dia-a-dia, preocupações constantes, no nosso concelho, no nosso País.
Esta é hoje uma das minhas preocupações, esta é hoje uma das preocupações do Partido Socialista do Entroncamento.
Esta será uma preocupação de todos vós e esta é uma das razões para evocar Abril. Viva o Entroncamento, Viva Portugal, Viva o 25 de Abril. "